nos jardins esvaziados, depois da partida da multidão de participantes dos grandes retiros, muitos Budas sentam-se em pacífica contemplação em meio a grande silêncio...
Os lazy days seguem-se após os grandes retiros, quando os monastérios de Plum Village ficam fechados para novos hóspedes. Alguns monges partem em merecidas férias, para acampar nos Pirineus, e alguns ficam desfrutando dos amplos espaços do mosteiro... Como staff e junto com alguns colegas laicos, tive o privilégio de passar essa temporada dos lazy days em Plum Village, quando organizamos e limpamos e colocamos em ordem -- no meu caso, como Guest Master, isso significou uma inacreditável pilha de roupas de camas e toalhas remanescentes do Retiro de Verão para lavar e secar e dobrar, além de arrumar o Sótão do Stone Building... Um privilégio que gostaria de compartilhar neste blog, através desta seleção de fotos e de alguns poemas curtos que escrevi então (grande parte deles já publicados nos blogs paraserzen e zentobe)
um dos poucos momentos em que uma pequena multidão se forma durante os lazy days é nos horários das refeições...
lavar a louça em plena consciência, em silêncio e com vagar -- como se estivéssemos lavando o bebê Buda --, é parte da prática de Plum Village, e uma das que mais desperta calma e gratidão em mim
trabalhar calmamente durante os lazy days, trabalhar como quem descansa, trabalhar para energizar-se, desfrutando das tarefas, é uma das grandes alegrias desse período, em companhia dos irmãos laicos e monásticos
um dos poucos ruídos que se ouve durante os lazy days vem da mesa de ping pong em pleno jardim do Upper Hamlet, que reúne monásticos e laicos na prática da alegria
da copa das árvores cai
um rendilhado de folhas
em luz e sombras
sobre a renda das samambaias
eu me rendo
um rendilhado de folhas
em luz e sombras
sobre a renda das samambaias
eu me rendo
Laundry anguish:
I cannot wash
off the suffering
Our hearts
(A dirty linen
I cannot wash
your heart
so I'll try mine)
I cannot wash
off the suffering
Our hearts
(A dirty linen
I cannot wash
your heart
so I'll try mine)
A lua
não sabe que é a lua.
Silenciosa, flutua.
Branca ou amarela
nem sabe ser cheia.
Nunca se esvazia.
Sequer imagina ser bela.
Então como pode?
Tão bela a lua cheia!
não sabe que é a lua.
Silenciosa, flutua.
Branca ou amarela
nem sabe ser cheia.
Nunca se esvazia.
Sequer imagina ser bela.
Então como pode?
Tão bela a lua cheia!
nesta foto, o querido Pháp Don, o maravilhoso abade do Upper Hamlet, a quem gostaria de agradecer minha estadia durante os três meses do Verão, e pela prática da generosidade, da calma, do cuidado, da alegria, do silêncio... A todos os monásticos, o meu obrigado pela acolhida e pela permissão para permanecer, e meu amor ao Arnold, ao Mark, à Gabriela, à Atika, ao Kasper, ao John, ao Richard, que comigo criaram estes belos dias de irmandade...
Estou maravilhada. Já li muitos livros de Thich Nhat Han mas nunca antes escutados, havia escutado sua voz. Curioso, nunca o havia feito nem no youtube. (agora já fiz, depois de conhecer teu blog) Obrigada por compartilhar comigo teus maravilhosos momentos em Plum Village. Foi como se tivesse estado lá também. De coração agradeço.
ReplyDeleteEu também agradeço a sua poesia.
ReplyDeleteEstou emocionada com a ida de uma amiga, a Isa.
Que ela seja tão feliz lá quanto você!