Sunday, April 12, 2009
impermanência - as quatro estações
Impermanência é boa notícia. Sem impermanência nada seria possível. Com impermanência toda porta é aberta para a mudança. Em lugar de lastimar, deveríamos dizer: Longa vida para a impermanência. Impermanência é um instrumento para nossa liberação.
Thich Nhat Hanh em Cultivando a Mente de Amor (para ler mais....)
A cada época do ano, Plum Village, que se constitui de quatro monastérios (Upper Hamlet, Son Ha, Lower Hamlet e New Hamlet) próximos porém em locais distintos -- todos na região de Bordeaux - França --, tem a paisagem alterada pelo clima e pela maior ou menor presença de praticantes -- e permanece sempre linda!
Escolhi a Torre do Sino junto ao lago de lótus em Upper Hamlet, monastério onde fiquei hospedado todas as vezes, para mostrar as mudanças na paisagem de acordo com as estações e as épocas de retiro... Desfrute!
em primeiro plano vemos o lago de lótus no fim da primavera, com as folhas viçosas e os botões de lótus despontando (principalmente no canto à esquerda da foto, clique nas fotos para vê-las em tamanho maior)
o Irmão Phap Y caminha pelo jardim na calma do dia-a-dia do monastério, fora do período dos grandes retiros...
e chega o período do vibrante Retiro de Verão (que normalmente vai do início de Julho ao início de Agosto), aberto a famílias e praticantes de todas as idades, que chegam de diversos países do mundo...
... e fazem do lago de lótus, no seu auge repleto de flores, uma das contemplações preferidas...
depois do retiro de verão o monastério novamente se esvazia e temos os "Lazy days", quando permanecem somente os monásticos e os praticantes laicos residentes -- reina profunda paz e desfruta-se de intensa irmandade...
no lago de lótus sob o luar, vê-se o passado, presente e futuro nas flores -- convivem os botões, as coroas abertas e as que já se despetalaram...
chegado o outono, as folhas gentilmente abandonam as árvores e cobrem o chão... Thây compartilha conosco seu insight ao caminhar pelos jardins do Upper Hamlet: O carpete de folhas de carvalho era muito espesso. Havia folhas que ainda estavam frescas, da cor dos robes dos monges Theravada. As árvores deixam cair suas folhas e tornam a terra mais rica – a terra e a árvore nutrem uma à outra – vi isso claramente. (por favor, se desejar leia mais aqui...)
as árvores nuas tornam a paisagem mais vasta, é como se o teto se abrisse sobre nossas cabeças, desfolhado, e há mais céu -- como neste dia outonal incrivelmente azul...
nos primeiros dias de inverno, a paisagem some na neblina, a Torre do Sino só ao fundo se adivinha, e o lago está vazio (aparentemente) de lótus...
depois, cobre-se com o delicado branco da geada, e à beira do lago congelado, o praticante senta-se e medita sobre a impermanência...
e enfim a paisagem se cobre de neve e se queda silenciosa... o lago sem lótus torna-se perfeito espelho para a lua e o céu infinitamente estrelado...
quando o sol brilha e aquece, temos a sinfonia cantante da neve derretendo em gotas, escorrendo em riachos...
e chega outra primavera, e o lago de lótus se enche novamente de verde, azul, rosa...
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Imagens lindas! Pensamentos profundos!
ReplyDeleteSeus blog é incrível.
Priscila!